A HOMENAGEM A JOÃO BAIÃO

A homenagem do Teatro Experimental de Cascais a um dos seus mais antigos colaboradores: João Baião. Sessão no Espaço-Memória, com descerramento de placa de mármore róseo a ser colocada na galeria de entrada do Mirita Casimiro.

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O Espaço-Memória é isso mesmo: o repositório do que, ao longo de 59 anos, a Companhia foi realizando, ali mostrado em imagens, ali religiosamente guardado em objectos e documentação. De vez em quando, uma dessas memórias se aviva, no realce à actividade que, na Companhia, determinada personalidade desenvolveu. Foi agora  a vez de João Baião, depois de, não há muito, se haver evocado Amália Rodrigues.

Sala cheia, enorme emoção no ar, não fora o João Baião a extraordinária personalidade que é. No mármore assim ficou consignado:

Leram-se mui sentidas mensagens de João Vasco (que esteve, naturalmente, presente), de Júlio Isidro, João Lourenço (do Teatro Aberto, onde J. Baião representou), Filipe La Féria. Testemunhos vivos, plenos de emoção, a salientar a incomensurável energia, o extraordinário dinamismo de que o homenageado tem dado sobejas provas. E nem sequer foi esquecido um dos seus lados mais carinhosos: a «arca de Noé» que é a sua quinta, repleta dos mais exóticos animais…

Foi também a sessão mui adequado pretexto para evocar a criação e o percurso do Teatro Experimental de Cascais. A acção de Carlos Avilez (a sua memória bem presente sempre!), de João Vasco, de Manuel Cavaco, Maria do Céu Guerra, Sara Matos. Relembraram-se Mirita Casimiro, Santos Manuel, Anna Paula, Zita Duarte. Citaram-se artistas plásticos implicados: Almada Negreiros, Nair Afonso, o cenógrafo Pinto de Campos…

Ouviram-se – além de várias intervenções de João Vasco e do sentido e mui emocionado agradecimento de João Baião (o espectáculo «A Mãe Coragem», que amiúde tem sido lembrado como um dos pontos altos da Companhia…) – Fernando Alvarez (actual director artístico da Companhia que ora tem sobre os ombros a gigantesca responsabilidade de a fazer prosseguir na sua gloriosa caminhada) e os actores Teresa Corte-Real, Sérgio Silva, Renato Godinho.

Simbólica, mui oportuna e deliciosa a recriação do Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente, em excelente representação do actor Pedro Caeiro. Não foi o nascimento de um esperançoso ‘príncipe’ concreto que ali, no momento, se celebrou, mas sim o aniversário de um outro ‘príncipe’ que, ao longo de 59 anos, tem obsequiado Cascais com bem dadivosas prendas culturais.

Aplaudimos exuberantemente a feliz actuação de FF, fruto também ele da Escola Profissional de Teatro de Cascais, que interpretou, com a sua inconfundível maestria, meia dúzia de temas que ele sabia serem de particular agrado de João Baião.

Quase duas horas de carinhosa homenagem e de evocação – saudosa, sim, emotiva, muito emotiva, altamente motivadora.

Faltou a presença visível dos estudantes, dado que a Escola Profissional de Teatro de Cascais se encontra agora sob outra direcção, em fase de transformação (ao que se diz, já aí se não irá estudar o ‘ultrapassadíssimo’ Gil Vicente, eu não acredito…). A Esperança, porém, aqui está, vívida, para ficar, não pode morrer!

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