Em Bissau, a oposição política ao Presidente da República apressou-se a responsabilizar Umaro Sissoco Embaló pelo tráfico de droga no país. O Presidente estava em visita de Estado ao Vietname, quando o avião com 2,6 toneladas de cocaína aterrou em Bissau e mantém-se longe, agora em visita pelos países da Península Arábica.
Mas Umaro Sissoco Embaló nem precisa de falar. A embaixada dos EUA em Dakar, no Senegal, acaba de divulgar uma nota diplomática onde “congratula o Presidente e as autoridades guineenses” pela operação que resultou na apreensão da droga e do avião Gulfstream IV.
Entretanto, o Director Nacional da Polícia Judiciária, Domingos Correia, informou que o carregamento da droga terá sido feito na Venezuela. Os tripulantes foram ontem interrogados pelo Ministério Público, permanecem detidos, são cidadãos de diferentes países, a saber, um brasileiro, um colombiano, dois cidadãos do México e um do Equador.
A operação policial, denominada “Landing” (aterragem), contou com a colaboração de agências internacionais de combate aos narcóticos, como o DEA (Drug Enforcement Administration) dos Estados Unidos e o MAOC (N) – Centro de Análise e Operações Marítimas – Narcóticos, que tem sede em Lisboa e é uma iniciativa de seis países membros da União Europeia e do Reino Unido.
O conselheiro político da Presidência da República guineense, Delfim da Silva, leu um comunicado da Presidência, onde se anuncia que “medidas severas vão ser tomadas contra todos os implicados neste acto criminoso de aterragem no aeroporto Osvaldo Vieira de uma aeronave carregada de cocaína”.
Será interessante sabermos a quem se destinavam 2,6 toneladas de cocaína, em Bissau.
Grandes cumplicidades, claro!