O Governo alemão mandou fechar a revista Compact. Trata-se de uma publicação que promove ideais da extrema-direita e que, aparentemente, tem ligações com o partido neonazi AfD.
O argumento para o encerramento compulsivo é a disseminação de conteúdos xenófobos, teorias da conspiração, propaganda antivacinação. Isto, desde 2010. A ser assim, porquê só agora? Seria interessante sabermos a resposta.
Além da revista impressa, a Compact tem tinha um site, um canal de vídeo e uma loja virtual, com artigos como livros, CDs, DVDs e outros produtos de marketing político relacionado com a extrema-direita.

Agora, de repente, a polícia fez operações de busca e apreensão no escritório da revista, assim como nas residências dos editores.

Há imagens surpreendentes relacionadas com as ações de busca e apreensão da polícia alemã, com agentes a carregar cadeiras e mesas para um veículo de transporte. A polícia portuguesa parece que apenas apreende computadores e dinheiro que encontra em envelopes, de cadeiras e mesas nunca se ouviu falar. Mas na Alemanha é assim.

A ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, diz que a Alemanha está em luta contra “incendiários intelectuais que criam um clima de ódio e violência contra refugiados e migrantes e que querem derrubar o Estado democrático”.
Nas recentes eleições europeias, o partido AfD conseguiu 15,9% dos votos no país, ficando em segundo lugar nas eleições para o Parlamento Europeu.
Na opinião pública alemã, há muitas vozes que classificam o encerramento compulsivo da Compact como “um sério golpe à liberdade de imprensa” e que a ministra Faeser “abusa da sua autoridade para suprimir reportagens críticas”.

O Facebook e o Instagram removeram as páginas da Compact. Os perfis desapareceram sem aviso prévio. Segundo a imprensa alemã, a página da Compact no Facebook tinha mais de 90 mil seguidores.
Segundo um comunicado da rede social Facebook, as contas da Compact foram removidas por violações dos Padrões da Comunidade, nada que não tenha já acontecido a inúmeros cidadãos anónimos e bem intencionados.