Festa rija no Senegal para celebrar o primeiro barril de petróleo a ser extraído do campo petrolífero Sangomar, no offshore.
As reservas deste campo petrolífero estão estimadas em 100 mil barris por dia durante 20 anos.
A exploração foi adjudicada à empresa australiana Woodside e levou uma década até se conseguir concretizar o projeto. A Woodside detém uma participação de 82% no projeto, com os restantes 18% a pertencerem à companhia petrolífera nacional do Senegal, Petrosen.

Vale a pena notar que o recém-eleito presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, anunciou planos para auditar os setores de petróleo, gás e mineração do país e renegociar contratos com operadores estrangeiros.
DESCOBRE-SE PETRÓLEO, ZANGAM-SE AS COMADRES
O petróleo traz dinheiro para os países e empresas que o exploram, mas também provca conflitos e guerras.
Com a Guiné-Bissau, o Senegal tem uma disputa sobre a exploração conjunta no offshore, numa zona em que a delimitação das fronteiras marítimas está também a ser discutida entre os dois Estados.
Existe um Acordo de Gestão e Cooperação entre a Guiné-Bissau e o Senegal, assinado em outubro de 1993, que incluiu a criação de uma zona de exploração conjunta, numa área de cerca de 25 mil quilómetros quadrados da plataforma continental.
A zona é considerada rica em recursos haliêuticos, cuja exploração determina 50 por cento para cada um dos Estados, e ainda hidrocarbonetos (petróleo e gás), ficando os senegaleses com 85% de hidrocarbonetos e os guineenses com 15%.
O ex-Presidente guineense José Mário Vaz, por não concordar com este acordo de partilha, denunciou formalmente o acordo em 2014.
Quando era primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam entrou em litígio com o Presidente Umaro Sissoco Embaló, por causa de um novo acordo de partilha com o Senegal.
O acordo atual refere que a percentagem de partilha em relação aos hidrocarbonetos é de 30% para a Guiné-Bissau e 70% para o Senegal em toda a ZEC. O parlamento aprovou uma resolução a declarar o acordo nulo, mas o chefe de Estado guineense não aceitou a decisão. Entretanto, o parlamento foi dissolvido e ainda não foram marcadas datas para novas eleições.
Apesar dos litígios, as relações entre a Guiné-Bissau e o Senegal são boas. Talvez porque os dois Presidentes se consideram amigos.
