O Brasil retirou o seu embaixador de Israel. O Presidente Lula é um velho amigo da Palestina. Foi no fim da sua Presidência em 2010 que o Brasil reconheceu a Palestina como Estado, mas muito antes disso, desde 2004, já havia um escritório diplomático em Ramallah.
O recente massacre de civis em Rafah, onde morreram imediatamente mais de 45 pessoas e causou ferimentos graves em muitas outras, maioritariamente mulheres e crianças, foi a gota de água para o Presidente Lula.
O embaixador Frederico Meyer foi transferido para o cargo de representante do Brasil na Conferência do Desarmamento, em Genebra, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Não deverá voltar tão depressa a Tel Aviv. A nomeação de Meyer foi publicada dia 28 no Diário Oficial brasileiro.
Trata-se de um gesto político relevante. É bem possível que outros governos façam o mesmo e há indícios que vai aumentar o número de Estados que vão reconhecer a Palestina como Estado independente.
As televisões não exibem, as redes sociais censuram, mas as imagens da barbárie israelita são vistas na mesma, através dos canais que Israel não consegue controlar absolutamente.
No caso do Brasil, não é possível fechar a boca ao Presidente Lula que não se cansa de dizer que em Gaza há um genocídio contra os palestinianos.
Há dias (em 25 de maio), Lula disse, num discurso, que “queria pedir a solidariedade para as mulheres e crianças que estão a morrer na Palestina pela irresponsabilidade do governo de Israel. A gente não se pode calar diante de aberrações.”
Em fevereiro deste ano, o embaixador Meyer foi repreendido pelo governo de Israel, depois de Lula ter comparado a ação militar de Israel em Gaza às ações de Hitler na 2ª Guerra Mundial.
O Brasil felicitou há dias a Espanha, a Irlanda e a Noruega por terem reconhecido oficialmente o Estado da Palestina. Há 140 países que já reconheceram a existência da Palestina independente.
Na maioria dos casos, o reconhecimento da Palestina é feito pelas fronteiras que existiam em 1967 e com a capital em Jerusalém Oriental. Um verdadeiro engulho para Israel.
Apesar de haver uma maioria de Estados que reconhecem a Palestina e de haver diversas resoluções das Nações Unidas a consagrar a existência de uma Palestina a viver paredes meias com Israel, apesar de haver acordos internacionais a definir essa vivência de vizinhança, Israel nunca cumpriu e cada vez mais ocupa territórios palestinianos, obrigando a população a migrar ou a morrer.
Para vergonha dos europeus, até agora, apenas a Suécia e a Islândia haviam feito esse reconhecimento. Agora juntaram-se-lhes a Espanha, a Irlanda e a Noruega. Menos mau, mas faltam tantos ainda. Portugal encontra-se entre os que não são capazes de censurar a política racista e genocida de Israel, que se comporta como um regime colonialista de apartheid.