Luís Montenegro celebrou o seu 1º aniversário como líder do PSD, no Telejornal da RTP. João Adelino Faria manteve-se fiel ao estilo incisivo que o caracteriza como entrevistador e a festa não foi lá grande coisa.
Montenegro não respondeu à maioria das questões postas. Eram questões embaraçosas. Em várias ocasiões, o jornalista insistiu mais do que uma vez repetindo as perguntas, mas Montenegro desviava para canto.
Não respondeu porque ainda não se conseguiu afirmar como alternativa política credível a António Costa, como chefe de Governo. Não foi capaz de dizer “sim” ou “não” a uma eventual parceria com o Chega. Não foi capaz de nomear os que lhe fazem oposição interna no PSD. Não foi capaz de se posicionar sobre uma eventual comissão de inquérito parlamentar sobre o SIS, a propósito do que se passou com o computador do assessor despedido pelo ministro das Infraestruturas.
O aniversariante apresentou um discurso tacticista, com alvo numa das poucas ideias assumidas: “quero ganhar eleições”.
E foi assim que preferiu falar do mal dos outros, em vez de tentar evidenciar as suas próprias virtudes.
O futuro político de Montenegro é uma grande incógnita. Como líder político, falta-lhe um “je ne sais quois” para ser convincente. Tem um jeito de falar um pouco ao estilo dos vendedores de automóveis em 2ª mão. Perde para António Costa e perde, principalmente, para André Ventura.
Link para a entrevista na RTP.