A greve dos professores e funcionários não docentes continua. As escolas estão abertas, por força dos serviços mínimos, mas os professores encontraram forma de contornar esse problema. Não dar aulas mesmo estando na sala, é um desses desvios ao modo tradicional de fazer greve.
Em Loures, um aluno relatou que “os serviços mínimos corresponderam a estar três tempos na sala de aula, sem dar matéria e com um sumário escrito no quadro: conversa sobre os alunos sobre direitos civis”.
No norte, numa escola de Aveiro, os professores reuniram e decidiram cancelar o plano anual de atividades. Ou seja, nada de visitas de estudo, nenhum projeto complementar ao ensino. Para “serviços mínimos, trabalho mínimo”, “aulas sim, carolice não”, são as novas palavras de ordem que estão a ser entoadas em surdina, nas escolas.
Esta é a greve verdadeiramente selvagem, com efeitos impossíveis de diminuir por ordem de serviço ou decisões tribunícias. E é a atitude que alimenta a fornalha das manifestações que já adquiriram dimensões que há muito não se via em eventos deste género nas ruas das cidades portuguesas.
O STOP, Sindicato de Todos os Professores, acaba de apresentar pré-avisos de greve para os dias 5, 6, 7, 8 e 9 de abril. A Fenprof tem manifestações marcadas para 4 de março, em Lisboa e Porto.