A NOSSA PEIXARIA despede peixeiras

Empresa que cresceu na Área Metropolitana de Lisboa desde 2009, vai agora despedir cerca de 20% dos trabalhadores.

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Os trabalhadores da cadeia de lojas A Nossa Peixaria acabam de receber notificação de que a empresa tem em marcha um processo de despedimento coletivo.

Serão cerca de 30 trabalhadores visados por este despedimento, a grande maioria mulheres, vendedoras de balcão, vulgo peixeiras. Trabalhadoras de salário mínimo, 7 horas de pé a amanhar, escalar, escamar peixe, no atendimento ao público.

A empresa diz que a atual situação económica obriga à “redução de custos com os recursos humanos” e lança as culpas aos clientes pela “diminuição da procura de bens, o que implicou um desequilíbrio económico financeiro”.

Na carta enviada aos trabalhadores, A Nossa Peixaria revela o critério de escolha dos trabalhadores a despedir: ”deve ser abrangido pelo despedimento, o trabalhador com menor número de vendas”. Parece um critério lógico, mas talvez não seja. O trabalhador que despacha clientes mais depressa, não é necessariamente aquele que trata melhor o produto que está a vender, que atende com maior simpatia ou melhor satisfaz o cliente, condições essenciais para que o cliente volte.

Mas, é claro, estes valores não são mensuráveis pelo sistema de faturação, através do qual a empresa filtra a atividade dos funcionários.

Desemprego a aumentar

A Nossa Peixaria, além de lojas de rua, tem vários pontos de venda agregados à rede de Supermercados Lidl, onde vende em exclusivo peixe fresco. O despedimento coletivo em curso, é o primeiro sinal de que algo vai mal no setor da distribuição alimentar. A inflação nos alimentos é alta, em alguns produtos ronda os 30%.

Lidl da Malveira

A Nossa Peixaria tem 50 lojas, 160 trabalhadores, logística e frota de pesca própria, deveria estar a salvo de percalços porque controla todo o processo da produção à comercialização. Mas não controla a falta de poder de compra, num país onde a maioria da população ativa recebe salário mínimo.

A taxa de desemprego em Portugal está a subir. Neste momento atingiu 7,1%., o valor mais alto desde novembro de 2020. O Governo tem manifestado contentamento com a situação económica, mas há sinais de alerta preocupantes e o caso desta média empresa do setor alimentar é exemplo disso.

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