É das poucas novidades verdadeiramente interessantes do Qatar2022, as árbitras entrarem em campo para apitar jogos masculinos. Nunca antes se tinha visto. E acontecer num país como o Qatar é também um pouco estranho.
A primeira mulher a chegar aqui chama-se Stéphanie Frappart. É francesa, de Paris. Mas também é filha de mãe portuguesa, educadora de infância. Stéphanie Frappart nasceu há 38 anos em Le Plessis-Bouchard, no Val d’Oise, a norte de Paris. A mãe dela chama-se Tânia Ferreira, natural de Barcelos.
Stéphanie tentou ser jogadora, mas cedo optou pela arbitragem. Desde então, tem feito história. Em 2003 apitou pela primeira vez um jogo na D1 francesa, em 2011 apitou a final do Challenge de France feminino. Foi a primeira Francesa a arbitrar um jogo profissional da Ligue 2 masculina e também foi a primeira mulher a arbitrar um jogo na Ligue 1 masculina.
Neste mundial já foi a quarta árbitra no México-Polónia e no Portugal-Gana, este último vencido pelos Portugueses por 3-2. Depois do Costa Rica – Alemanha, soma novo marco histórico da sua carreira e na luta pela igualdade de género.
Árbitra internacional desde 2009, foi a primeira mulher a dirigir um jogo de competições europeias masculinas, na Supertaça Europeia de 2019, a primeira num jogo da Liga dos Campeões, e em 2021 apitou também um encontro da qualificação para o Mundial2022, onde agora fez mais história.
Do seu vasto palmarés, consta também o facto de ter sido eleita Melhor Árbitra do mundo em 2019 e em 2020.
A mãe Tânia e a região de Barcelos só podem estar a rebentar de orgulho.
fonte: Lusojornal