A ANARQUIA DAS TROTINETAS

São elétricas, são relativamente baratas, são divertidas e giras, também são perigosas. Os dados reais de acidentes com trotinetas são uma incógnita, mas a perceção dos médicos nas urgências hospitalares é de que há cada vez mais acidentados.

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Durante os confinamentos da pandemia, os acidentes com trotinetas diminuiram, como é evidente. Mas, agora, devem estar de novo a aumentar. A perceção é dos médicos das urgências dos hospitais centrais de Lisboa. Este ano, só no Hospital de Santa Maria já são mais de 200 vítimas deste tipo de acidentes que foram atendidas nas urgências.

Também não se sabe se são turistas ou residentes locais. Em Lisboa há 18 mil trotinetas, um número que só se justifica pelo elevado número de turistas que usam este veículo como meio de transporte e divertimento. E que entulham os passeios quando os abandonam por todo o lado.

A contabilidade relativa a 2018 e 2019 (anterior à pandemia), respeitante às urgências do Hospital de São José, revela 260 feridos. A informação disponível não classifica a gravidade dos ferimentos. A média de idades dos acidentados foi inferior a 40 anos e grande parte dos acidentes aconteceu ao fim de semana, sobretudo depois da meia-noite.

A Revista do ACP faz eco destas preocupações expressas por médicos ortopedistas. Há muito que o ACP pede medidas urgentes para a circulação destes veículos e travar este tipo de sinistralidade.  A falta de regras e de fiscalização transformaram as trotinetes numa questão preocupante. 

Outra contabilidade, proveniente da PSP e da GNR, diz que entre 2019 e 2021, 489 pessoas ficaram feridas devido às trotinetas, isto apesar dos confinamentos.

A autarquia de Lisboa promete regulamentar as trotinetas em 2023. Não só nos equipamentos de proteção que os utilizadores devem usar, como será o caso de capacete, como ainda na obrigatoriedade de deixar as trotinetas estacionadas em locais próprios, para evitar que os passeios fiquem bloqueados com trotinetas abandonadas anarquicamente.

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