Depois de ler os lamentos sobre os 58 guardas prisionais agredidos, por reclusos, nas prisões portuguesas, ao longo do ano passado, a APAR diz que “os guardas prisionais, e os presos, são os parentes pobres desta cadeia de interesses que paga mal aos funcionários e trata mal os utilizadores.”
A APAR diz lamentar as agressões sobre guardas prisionais, assim como lamenta e condena as agressões de guardas prisionais sobre reclusos, “muitas vezes de forma absolutamente cobarde (depois do fecho, invadindo as celas, em grupo, cara tapada, sem identificação nas camisas) reclusos que não se podem defender, criam revolta em toda a comunidade prisional. Estas agressões, praticamente diárias, são, incontestavelmente, em número muitíssimo superior à de reclusos sobre guardas prisionais.”
A APAR reconhece que “há agressões levadas a cabo por reclusos inimputáveis que deveriam estar internados em hospitais e não nas cadeias”, e acrescenta que “todas as agressões de guardas prisionais a reclusos são, em princípio, feitas por gente consciente e responsável pelos seus actos.”
No violento mundo do sistema prisional, conclui o comunicado da APAR, todas as ações de violência devem ser condenadas, e que se os guardas prisionais não compreendem isto nem exercitam autocrítica, “e preferem continuar a despejar, sobre os reclusos, toda a sua raiva pela incapacidade de fazer valer os seus direitos, em vez de lutarem contra quem, na realidade, tem o poder (e obrigação) de ouvir as suas reivindicações, então, provavelmente, não merecerão mais do que aquilo que atualmente recebem. “