Faz um mês que Luís Dias deixou de comer. Está em greve de fome, acampado à porta da residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
Luís protesta contra o abandono que o Estado lhe votou, depois de se ter candidatado a fundos públicos para a reconstrução de uma propriedade agrícola, destruída por uma tempestade em 2017.
O financiamento foi recusado, Luís reclamou e recorreu, foi-lhe reconhecida razão pela Provedoria de Justiça e pela Inspeção-Geral da Agricultura, mas o financiamento nunca foi disponibilizado.
Entre a espada e a parede, Luís escolheu a espada. Esta é já a segunda greve de fome que leva a efeito, depois de ter estado em Belém cerca de um mês num protesto semelhante. Nessa altura, o Presidente da República foi conversar com ele, deu-lhe ânimo e a greve foi interrompida.


Mas o problema não foi resolvido. Esta segunda greve de fome é à porta do primeiro-ministro. Luís enfraquece notoriamente, a cada dia que passa.
No mais recente vídeo que publicou, reafirma a intenção de antes quebrar que torcer. Luís Dias é surdo e isso afeta a sua forma de se expressar oralmente. Mas percebe-se bem onde quer chegar.