A morte do português Luís Bico foi considerada legitima defesa pelo Tribunal de Orléans. Um juízo difícil de aceitar, dadas as circunstâncias.
Luís Bico era um cidadão pacato, emigrante em França, foi morto gratuitamente numa ação policial em Chalette-sur-Loing, Montargis, perto da sua residência.
O que começou por uma discussão banal entre vizinhos, por causa do som do rádio do carro de Luís, transformou-se num tiroteio desenfreado. Luís Bico morreu crivado por mais de 20 balas disparadas pela polícia.
O português não acatou uma ordem policial e tentou fugir dentro do seu carro. Foi um momento de descontrolo emocional motivado pela discussão com o vizinho e pelo inusitado aparato policial.
Não se percebe a reação policial, até porque os agentes conheciam Luís, viviam todos na mesma pequena localidade. Todos sabiam que Luís tinha um problema do foro psiquiátrico e que tomava medicamentos para conter os efeitos da doença. Todos sabiam que se tratava de uma pessoa inofensiva, sem antecedentes criminais.
Nada disso serviu para refrear o impulso dos polícias que descarregaram as armas contra o português. Luís era vizinho deles todos, não era um terrorista. E não tinha nenhuma arma de fogo consigo.
Tudo aconteceu em agosto de 2017, o caso demorou cinco anos a ser julgado. O Sindicato Alliance Police National já veio dizer que concorda com a decisão, mas a família decidiu recorrer.