Marcelo quer poupanças, mas está difícil…

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No site da Presidência da República foi publicada uma nota presidencial a apelar à poupança. A pretexto da efeméride relativa ao Dia Mundial da Poupança, Marcelo escreve que poupar é muito importante para as famílias e para o país.

A importância da poupança familiar é fácil de perceber. Quem poupar agora, pode gastar a dobrar mais tarde. Quem não poupar, não tem como aumentar a despesa sem se endividar.

Quanto ao país, Marcelo estabelece uma relação entre a poupança individual e o financiamento dos investimentos públicos ou privados. O que o Presidente da República está a dizer é que a nossa poupança é importante para o sistema bancário. Mas ele gosta de disfarçar.

Do que o Presidente não falou foi da dificuldade em poupar. É que só poupa quem tem de sobra. A malta do salário mínimo nacional não consegue. Ou seja, pelo menos 20% dos trabalhadores portugueses não consegue poupar. Depois temos os desempregados, segundo o site Pordata são hoje cerca de 6,8% das pessoas em idade ativa.

Segundo uma estatística recentemente publicada, pessoas em situação de pobreza em Portugal, 32,9% são trabalhadores, 27,5% serão reformados, 26,6% são precários e 13% são desempregados.

As estatísticas pecam por nunca fornecerem dados concretos. Falam em percentagens, o que é uma espécie de abstração para os que não conhecem o ponto de partida. E o ponto de partida, em termos numéricos, deve rondar os 5 milhões de trabalhadores (sem contar com os agregados familiares). Fica difícil dizer que metade da mão-de-obra ou está desempregada ou não ganha o suficiente para deixar de ser pobre. Fica difícil dizer que há mais de 2 milhões e meio de pobres em Portugal.

Poupar, poupar, poupar… só se for na verdade.

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