Lisboa, mil igrejas

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Lisboa é uma cidade de igrejas e capelas. Na parte velha da cidade, não há bairro que não tenha uma ou duas, pelo menos. Acontece que muitos desses locais de culto estão fechados, às vezes abandonados. Alguns já foram vendidos, depois de dessacralizados. Hoje são moradia de gente rica, aqueles que dificilmente conseguirão passar pelo buraco da agulha.

A quantidade de igrejas da cidade justifica-se pela vaidade dos endinheirados. Todas as casas solarengas tinham de ter a sua capela. Conde ou visconde que não tivesse igreja própria não era ninguém. E por isso se construíram tantas. Lisboa nunca foi uma cidade grande, nunca teve milhões de residentes, não precisaria de tantas igrejas se a intenção fosse apenas o culto religioso.

Aparentemente, uma dessas igrejas que foram construídas sem razão aparente, é a capela de Santo António do Vale, ali bem perto de Santa Engrácia (mais uma igreja). Talvez pela necessidade de se encontrar justificação, alguém inventou uma lenda sobre o local. Dizem que foi ali que Santo António descansou, um dia, quando descia a colina em direção do Tejo. Se o Santo se sentou ali, faça-se uma igreja.

A capela foi construída no século XVIII (18), depois do terramoto de 1755. Não sabemos se foi muito ou pouco utilizada nem se integrou a casa de algum fidalgo. Hoje parece pertencer à Igreja Católica. Abre portas uma só vez por semana, para uma missa dominical, manhã cedo. Lá dentro está decorada com belos azulejos, segundo dizem. Não era domingo, a porta estava fechada. Na porta, a ranhura para a caixa das esmolas, disponível todos os dias e a toda a hora.

Quem lá quiser ir, tem que estar atento. O edifício não se destaca dos restantes. Apenas tem uma torre sineira, mas não muito alta. Quase passa despercebido.

Ah!, Lisboa não tem mil igrejas. Segundo o Guia das Igrejas de Lisboa são 119.

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