O Forte de Santa Apolónia chegou a ser considerado imóvel de interesse público no Decreto de 6 de março de 1996. E estava à espera de um projecto de preservação e recuperação pedido, na época, pela Câmara Municipal de Lisboa, à Associação dos Amigos dos Castelos. É o que se diz.
Tinha sido construído na época da Guerra da Restauração, entre 1652 e 1668 e nunca foi acabado. Quando perdeu o interesse militar passou para as mãos do visconde de Manique e depois para os condes de São Vicente.
Finalmente acabou na firma George & H. Hall, Lda. Estávamos em 1945. Há poucos anos, puseram-lhe em cima um mamarracho. Arrasaram tudo, incluindo as guaritas.
Os projectos de um jardim e espaço museológico foram esquecidos. A especulação imobiliária aproveitou o facto de já lá ter sido construída uma casa de dois pisos e falou mais alto. Tão alto que o edifício tem 13 andares, como se não houvesse mais espaço em Lisboa.

O que precisávamos era de iniciativas para melhorar, agora, a zona em que o edifício está, e na qual o edifício é o melhor que lá está.
Para quando um jardim decente no espaço que ficou disponível?
Era isso que precisávamos de saber, porque não tem originalidade nenhuma falar pela centésima vez que o edifício foi autorizado dentro de uma ruína (coisa que não falta em Lisboa).
Terá sido uma encomenda?
Caro Gabriel Henriques não se trata de uma originalidade, puxar o assunto. Mas de comentar (trata-se de uma crónica) o facto de terrenos públicos passarem a propriedade privada. Embora neste caso o tempo tenha sido dilatado. Como imagina, não tenho idade nem paciência para “encomendas”. Mais, nem vejo onde vislumbra a hipótese de encomenda. Quanto ao ser o melhor que lá está, duvido muito. Tem uma altura excessiva e desnecessária, que não condiz com os interesses das cidades sustentáveis. Em meu entender é um mamarracho.
E depois tem graça. Quer um jardim para o espaço disponível… para completar com o nosso dinheiro o condomínio? Aquilo que ali está é uma replica menor do célebre prédio Coutinho. Que se fale daquele trambolho mais mil vezes. Abraço