Diana Santos é uma cidadã que luta pelos seus direitos. Residente em Lisboa, chamou a atenção sobre si mesma no dia em que se deslocou à Cidade Universitária para votar antecipadamente nas eleições presidenciais.
No vídeo que publicou no Facebook, é visível como não foi possível ultrapassar os obstáculos físicos que impediam que avançasse na cadeira de rodas. O relato publicado é extenso e elucidativo.
“Sou uma cidadã com deficiência motora que, após atravessar todo o campus universitário para chegar à antiga cantina, vejo escadaria por todo o lado e percebo que terei de entrar por uma qualquer entrada secundária.”
“Sou uma cidadã com deficiência motora que, ao chegar à sala de voto repara que a mesma tem 4 degraus para descer. Mas sou uma cidadã com deficiência motora até sortuda porque – como quase sempre – há uma porta alternativa que só tem um “degrauzinho”.
“Sou uma cidadã com deficiência motora que 1h15m depois conseguiu votar…na rua, sem qualquer mesa de suporte para colocar o boletim e os 2 envelopes, completamente exposta aos olhares de quem assim o quisesse.”
Hoje, três semanas depois, a Assembleia Municipal de Lisboa vai votar uma Recomendação pela garantia do direito ao voto para pessoas com deficiência ou mobilidade condicionada já nas próximas eleições autárquicas. A iniciativa é do PAN que considera não haver “qualquer justificação válida para que tal continue a acontecer”, até porque a lei existe, mas não é cumprida. Segundo o PAN é o próprio Estado que não cumpre “legislação que está em vigor há praticamente 15 anos. Tempo mais do que suficiente para que sejam eliminados estes obstáculos que colocam em causa o direito ao voto de muitas pessoas”.