No calendário dos Grandes Prémios de Fórmula Um (F1) para 2021 apresentado recentemente, o nome de Portugal não consta das 23 provas seleccionadas, entre as quais a estreia do G.P. do Vietname, em Hanoi. E está em discussão a hipótese de a F1 ir a Miami nos Estados Unidos. Boas notícias para os accionistas do negócio da F1.
Como em muitas outras situações, Portugal vê perder posições conquistadas nas mais diversas áreas por questões de dificuldades financeiras. Foi assim que se deixou ter o Grande Prémio no Estoril a partir de 1996. Falta de dinheiro.
Tudo parece indicar para já que os adeptos da F1 vão voltar a ter mais mais uns anos de ausência dos bólides em Portugal.
O evento do passado dia 25 de Outubro em Portimão com o tão ansiado retorno da F1 a Portugal levantou imensas discussões pelo facto de o Governo ter autorizado a presença de espectadores no máximo de 27.500, na condição de que fossem acauteladas todas as diretivas das autoridades sanitárias. Os homens do futebol fizeram ouvir as suas razões argumentando disparidade de decisões para eventos idênticos.
Ainda não foram apresentadas contas mas alguns observadores regulares da F1 admitem que pode ter havido um prejuízo substancial da ordem das dezenas de milhões e que o impacto da prova no incremento do turismo não terá projecção no tempo futuro. Sobretudo agora que se sabe que o nosso GP não se realizará.
Ao mesmo tempo convém lembrar que a pandemia que vivemos actualmente provoca avanços e recuos que levam a uma considerável dose de insegurança no lançamento de projectos futuros. Portugal, juntamente com todos os restantes países da Comunidade vê-se forçado a priorizar a questão da Covid-19 em prejuízo de outras iniciativas, tal é a fluidez em que se vive nestes dias. O calendário apresentado poderá não ser o efectivo.
Moto GP com ou sem?
É neste contexto que se realiza outro grande evento do desporto motorizado, o Grande Prémio de Portugal de MOTOGP, onde estarão presentes os maiores pilotos de motos do momento em cuja lista está incluído o piloto nacional Miguel Oliveira.
Volta a levantar-se a questão do público sendo certo que os adeptos das motos são muito voluntariosos em deslocarem-se dos mais longínquos locais para seguirem os seus “deuses” das duas rodas.
O efeito Miguel Oliveira vai necessariamente levantar o dilema de o público ser admitido para apoiar o nosso representante nacional ou, por outro lado, reduzir drasticamente a presença de espectadores no caso de se registar aumento dos valores da pandemia.
A prova, agendada para 20 a 22 do corrente mês de Novembro, será a última do Campeonato deste ano. Significa isto que Portugal será chamado mais uma vez a definir um título mundial, o que não deixa de ser marcante do ponto de vista desportivo.
(nota da redação: Entretanto, o primeiro-ministro António Costa já divulgou a decisão do Governo de não autorizar a presença de público no MotoGP que terá lugar no final de novembro, no Autódromo Internacional do Algarve. Os argumentos do Governo são o comportamento do público na prova de Fórmula 1, nas palavras do primeiro-ministro “absolutamente inaceitável e irrepetível” no contexto de pandemia em que vivemos).