É uma impressionante galeria de azulejos de autoria atribuida a Domingos de Almeida.
Tem certamente um valor incalculável. Mas essa avaliação terá de ser feita por quem tem competência para tanto.
É uma tarefa urgente, a sorte que tem protegido estes azulejos não vai durar para sempre.
O edifício está muito degradado, os azulejos podem ficar danificados ou então podem ser roubados.
Os azulejos guarnecem os oito lances de escadas que dão acesso a quatro pisos do imponente edifício. Inicialmente aqui existiu o Colégio dos Meninos Orfãos e, mais tarde, Colégio do Amparo.
Hoje, no edifício, funcionam serviços de uma Junta de Freguesia e do Inatel.
Nas águas furtadas vivem inquilinos, que residem em antigas celas de frades, não entrámos lá para não invadir a privacidade das pessoas.
Ninguém parece aperceber-se do valor destes azulejos, que escaparam durante séculos ao vandalismo, ao fogo e ao roubo.
Os painéis de Domingos de Almeida são obra única no mundo e retratam vários episódios bíblicos de relevo.
Lamenta-se, pois, que uma tão valiosa obra não esteja devidamente preservada, protegida, cuidada e promovida no interesse da história do País e também do Turismo histórico.
História do Colégio do Meninos Órfãos
O edifício foi mandado construir em 1273 pela Rainha Beatriz, um princesa castelhana, mãe de D. Dinis – sob a invocação de Nossa Senhora de Monserrate, influenciada por um padre catalão.
A fachada do edifício monumental está encoberta por um conjunto de prédios. E apenas se destaca o pórtico manuelino de uma capela que dá para a Rua da Mouraria. Para entrar no enorme edifício é necessário transpor um pequena porta ao lado do pórtico.
O Colégio veio a ser reformado pela rainha D. Catarina em 1549 e depois restaurado e aumentado por D. José, em 1754.
Data desta segunda intervenção a torre de cantaria branca – que se associa ao programa de regularização das fachadas, quando se procedeu à reconstrução da cidade, assim como o saguão acoplado.
O saguão desemboca num pórtico monumental, que ostenta as armas do rei D. José I e que coroava a porta primitiva, de acesso directo à rua.
Os azulejos de Domingos de Almeida
É bom citar Luís Maio:
«A obra é atribuída a Domingos de Almeida, o mesmo da capela de Santo António, no Convento da Madre de Deus (José Meco Lisboa, Capital do Azulejo em Portugal).
«Terá de se conceder, no entanto, que Domingos não era um pintor especialmente dotado. As figuras nas escadarias nem sempre estão bem desenhadas, as composições são por vezes demasiado densas e carregadas.
«Mas em toda a sua candura, eventualmente kitsch, é um conjunto azulejar de uma fantasia e de uma desmesura surpreendentes. Em resumo, uma peça original do património nacional, que de pleno direito deveria ser elevada a atracção maior de Lisboa».
Este prédio durante anos abergou a Esquadra da PSP da Mouraria daí se explica o facto de estes azulejos terem sobrevivdo a vandalismo e aos tipícos roubos dos mesmos. Roubos esses muitos deles derivados de consumos pesados registados nesta zona de Lisboa.
Tal como aconteceu com os prédios da viúva Lamego este também deveria ser revitalizado. Mas talvez seria importante terminar de reabilitar as pessoas com serios vícios que circudam e fazem parte desta zona.
Mas obviamente o pequeno grande Medina ou Merdinha esteve mais preocupado em rebentar com o mercado imobiliário correndo com centenas de pessoas desta zona, descaracterizando assim ainda mais esses bairros. Actualmente encontra-se mais preocupado em fazer ciclovias numa cidade de colinas, atrasando a vida de quem usas essas artérias para trabalhar ou a pintar ruas para turista ver… Tendo em atenção o preço das casas e do custo de vida em geral, Lisboa, Porto e outras regiões deixarem de ser para portugueses tornando-se elas uma colônia de férias para os Países do norte da Europa.. É urgente devolver Lisboa aos Lisboetas!
Um artigo de 2014 do público já aponta os receios mencionados no vosso artigo
https://www.publico.pt/2014/07/31/local/noticia/fecho-de-esquadra-da-psp-faz-temer-furto-de-azulejos-rococo-na-mouraria-1664894
A PSP saiu e os azulejos lá continuam, felizmente. O importante é assegurar que haja quem tome conta daquele património.
O João conseguiu tirar-me as “palavras da boca”. Já não há paciência para esta ditadura socialista, que, é o que parece.. Recentemente, na continuação da Avª Infante D Henrique a partir da Praça 25 de Abril e em direcção saída de Lisboa, foi também aproveitada para mais uma ciclovia em simultâneo com o movimento intenso de camiões que vêm com cargas vindas dos barcos.. O perigo é tão eminente que deixa-me a pensar como é que é possível… Lisboa centro ficou deserta a partir do final do dia. Só disponível para quem lá habita, no caso, em edifícios de muito luxo que acentua ainda mais as diferenças sociais. Mas como compraram essas habitações muito caras, logo, não querem movimento, querem silêncio como se vivessem no campo e os restantes que andem de bicicleta ou a pé, tudo a favor do meio ambiente ( serve de desculpa para quase tudo). É isto.
João é isso mesmo… Eu nasci em Lisboa e tive de ir viver para a linha porque não conseguia pagar uma renda na cidade. Trabalho de dia em lisboa e estudo a noite também em Lisboa. Começo a achar que as ciclovias relambte e para os turistas….