O presidente da Câmara Municipal de Sintra recebeu hoje a Ministra da Saúde. Marta Temido teve hoje várias reuniões com diversos autarcas e, sem nunca especificar em concreto os temas abordados nas reuniões, disse estar preocupada com os jovens, “o novo grupo de infetados” na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde têm surgido o maior número de casos a nível nacional.
Os focos de epidemia detetados nos últimos dias na região de Lisboa e municípios adjacentes estão relacionados com a população migrante que vive sem condições nos centros urbanos. São estrangeiros imigrados e são portugueses vindos de outras regiões do país, são jovens e são mão-de-obra barata e indiferenciada, com pouco poder aquisitivo.
Estes jovens são o grupo social que mais necessita de apoio e as autarquias têm aqui um papel fundamental a desempenhar, uma vez que sabem onde eles vivem, onde eles se aglomeram nas horas vagas, os transportes públicos que utilizam no dia-a-dia, as condições de vida que usufruem.
A atuação das diferentes edilidades tem sido diversa. Algumas câmaras fornecem gratuitamente máscaras, outros municípios vendem-nas a baixo preço, outros nem por isso. Sintra, por exemplo, prometeu em meados de abril distribuir 1 milhão de máscaras pela população e ainda não cumpriu integralmente com essa promessa.
Talvez depois da conversa com a ministra da Saúde a atuação das câmaras municipais passe a ser mais coordenada e mais eficaz.
Sobre a questão de Sintra, em particular, Marta Temido não identificou quais as freguesias que, neste momento, são mais problemáticas mas concedeu que há “várias freguesias onde há maior incidência”, enumerando apenas os “sítios mais povoados, onde há mais concentração de pessoas”. Sublinhando que tudo tem que ser feito “com muito cuidado”, assegurou que “estamos no caminho certo”.
A partir do Palácio Valenças, Basílio Horta (ou alguém do seu secretariado) publicou no Facebook que “Temos todos a obrigação de estar focados na realidade quotidiana que vivemos, porque a situação de crescimento de casos positivos na Grande Lisboa não se pode manter por muito mais tempo”.
Pois não.
Este foi o segundo dia de encontros entre a ministra e as entidades municipais para debater melhores formas de controlar o surto de Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo, onde foram já diagnosticados 11.142 casos de infeção.