Entre outras profissões que teve, era Antropólogo, um grande defensor da cultura portuguesa, mas fundamentalmente da CULTURA SALOIA, entre as quais a arquitetura vernácula, que ainda ponteia em pequenos agregados populacionais de Cascais, Oeiras, Sintra, Mafra e Torres Vedras.
Na sua terra ainda possuía a casa de família, dos seus avós, que manteve como ela era desde sempre.

Fez parte da Comissão Pró-cinquentenário da Coletividade Sociedade Instrução e Recreio Janes Malveira, de que publicou um livro de memórias a que deram o sugestivo título de “Uma Sociedade nas Terras do Vento” e montaram um pequeno museu na antiga sede da coletividade.

Nas várias conversas que tivemos sobre Janes, chamou-nos a atenção para o Calhau da Senhora, onde lhe tirei uma fotografia, a arquitetura tradicional saloia com os seus pormenores e a poesia espontânea onde se incluía o cantar aos noivos, que já desapareceu.
Por último, temos duas fotografias da tradicional debulha do trigo, numa pequena eira, onde guiava dois burros, de modo a pisarem o trigo para se soltarem os grãos da espiga e, já afastado, observava a limpeza do trigo da palha, que era atirado ao ar com uma pá de madeira por uma idosa de Janes.


(outros artigos do mesmo autor em Guilherme Cardoso, autor em Duas Linhas)