Remeto-me a tudo o que aconteceu há seis meses só em Lisboa: iluminações de Natal pobres e feias (a Câmara Municipal de Lisboa gastou mais de 750 mil euros), greves na recolha do lixo, que afectaram ainda Oeiras, Portimão, Chaves e Guimarães.
Segue-se a falta de parques infantis pela cidade. A maioria das juntas de freguesia ‘está-se nas tintas’ para os seus fregueses. Até os responsáveis por estas prometem, imagine-se, devolução do IMI, uma benesse que nunca me caiu na carteira. Ah! Mas espera, não conheço ninguém que tenha recebido… Será porque a maioria dos meus amigos e conhecidos são reformados e receberam um aumento de (mais coisa menos coisa) 11 euros ou 24 euros? Os que receberam 24, bem podem pagar mais 20 de IMI. Sobram quatro euros para comprarem uma extravagância qualquer.
Depois foi o abate de jacarandás. Um recuo, porque se conheceu o relatório de passagem de pasta do executivo de Medina para Moedas, onde se recusa o abate de jacarandás da Avenida 5 de Outubro, acrescentando-se que tinha sido “recolhida informação no sentido de não aceder às pretensões do promotor [do empreendimento]”.
Em causa estava a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, nos antigos terrenos da Feira Popular, que motivou a contestação de moradores e partidos da oposição e a petição ‘Não ao abate dos jacarandás da Av. 05 de Outubro’, gerada em 21 de Março – Dia da Árvore, que reuniu mais de 55.000 assinaturas.



Depois temos o ridículo: Carlos Moedas organizou uma exposição, denominada ‘Sessões’, para aparecer ao lado de ‘ilustres portugueses’. A Câmara de Lisboa e o nosso dinheiro servem para a alimentar a vaidade de Moedas que se mostra e evidencia sempre que possível: ele é de pijama quando há uma cheia, ou a clamar quando ruiu um prédio, ou a aproveitar a morte do Papa Francisco. E até quer agraciar o fotógrafo que o fotografou como um ‘ilustre português’.

Trata-se do fotógrafo britâncio Kenton Thatcher, com mais de 30 anos de carreira, que escolheu, há outros tantos, Portugal para viver. Fez fotografias de centenas de personalidades, como Cristiano Ronaldo, a pintora Paula Rego, o treinador de futebol José Mourinho, Álvaro Siza, Joana de Verona, Joana Vasconcelos, Camané e Beatriz Batarda, entre muitos outros. O que não se entende é o que faz Moedas ali, no meio de personalidades de relevo na vida e na cultura portuguesa. Ah! Sim! Ajuda a aumentar os impostos.