Dos cobardolas não deve rezar a História

25 de Abril SEMPRE. Foi este o apelo, foi esta a resposta. Eu explico: quando se esperava uma minúscula manifestação na Av. da Liberdade, ela surgiu imensa, numa multidão que, não sei se assustada com os avanços da direita, respondeu ‘Presente’.

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O fim-de-semana prolongado, um (des)governo a adiar os festejos pelo luto nacional, decorrente da morte do Papa Francisco, o anúncio da festa com Tony Carreira (nada tenho contra ele, mas não é, seguramente, um cantor de Abril), tudo indicava que poucos se deslocariam à avenida. E a enchente foi imensa, com todos a cantar Abril. E, como dizia alguém: ‘A festa foi bonita, pá!’

Depois, o que foi notícia foram os confrontos no Martim Moniz e no Largo de S. Domingos. Uma miséria de gente que quis estragar a festa. Mas não conseguiu!

Como de costume, o governo lamentou que ‘uma minoria’ ultrapassasse ‘os limites legais do exercício ordeiro da liberdade de manifestação e expressão’. E, curiosamente, nunca mencionou ou responsabilizou a extrema-direita.

O governo não estava lá, mas deve ter visto as imagens na televisão daquele grupelho de cobardolas que se escudava atrás de um velho ou de um indivíduo de cadeira de rodas. Pergunto-me mesmo se precisava dela…

Aquele grupelho de cobardolas estava uma concentração ilegal no Rossio, numa acção, de caráter xenófobo, que não foi autorizada.

Aquele grupelho de cobardolas, apoiante do partido Ergue-te e dos movimentos Habeas Corpus e Grupo 1143 atirou garrafas e outros objetos contra a polícia, feriu dois agentes e outros manifestantes anti-fascistas.

Daquele grupelho de cobardolas foram detidos três indivíduos, entre as quais o neonazi Mário Machado, do Grupo 1143, e o ex-juiz Rui Fonseca e Castro, líder do partido Ergue-te, tendo sido ainda identificadas mais quatro pessoas.

Aquele grupelho de cobardolas faz parte de organizações que, à luz da Constituição da República, não devem existir. Aquele grupelho de cobardolas viu os seus chefes saírem em liberdade com a obrigação de apresentações periódicas.

E agora vamos ao ridículo daquele grupelho de cobardolas. Primeiro ridículo: Mário Machado está condenado a dois anos e dez meses de cadeia, por discriminação e incitamento ao ódio através das redes sociais, e espera por Maio para se entregar e cumprir pena. Espera por Maio? Condenado, detido em flagrante e com uma arma? E espera por Maio? E vai entregar-se para cumprir a pena? Mas não era óbvio que iria estar com o grupelho de cobardolas a atacar quem celebrava Abril?

Segundo ridículo: ‘O ex-juiz Fonseca e Castro’. Porquê ex-juiz? O indivíduo foi expulso da magistratura. Por isso é o tal do Fonseca e Castro, líder de um partido chamado Ergue-te, que foi detido e solto quase logo de seguida, quando toda a gente o viu resistir à autoridade. Antes da detenção, a PSP avisou o ex-juiz de que estava a incorrer num crime de desobediência. O indivíduo, que (à luz do que lhe chamam) devia saber o que é esse crime, continuou na sua pobre vidinha de cobardolas.

No final, Abril venceu. Abril, Sempre!

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