Os estatutos do PEN Pinter obrigam que o premiado seja um defensor das liberdades e que retrate com verdade a sociedade. É o caso desta bonita senhora sexagenária, Arundhati Roy.
Logo no discurso que proferiu na cerimónia em que recebeu o prémio, Arundhati anunciou doar a parte monetária do prémio ao Fundo Palestiniano de Assistência às Crianças. Anúncio feito em frente à elite pensante britânica, num país que (fornecendo armas) tem apoiado sem remorso o genocídio dos palestinianos na Faixa de Gaza executado pelos militares israelitas.
Arundhati disse, sem tremor na voz, que os EUA e Israel executam o “genocídio em Gaza e no Líbano em defesa de uma ocupação colonial e de um Estado de apartheid”. É o que vemos todos os dias nas redes sociais e nos canais de televisão.
A doação da escritora não é apenas uma contribuição financeira. É um ato simbólico de resistência contra as injustiças que os palestinianos enfrentam.
Cabe ao vencedor do prémio PEN Pinter escolher a quem se atribui o prémio Escritor de Coragem. Mais uma vez, é sempre alguém que revelou defender a liberdade de expressão. Arundhati escolheu o escritor e preso político egipcio Alaa Abd El-Fattah que, na prisão, escreveu o livro “You Have Not Yet Been Defeated” (Ainda não foste vencido), uma autobiografia.
Arundhati Roy parece ter nascido para vencer prémios. Logo com o seu primeiro livro, o romance “O Deus das Pequenas Coisas”, obteve o Booker Prize de 1997. A crítica literária diz que Arundhati Roy é autora de um outro romance prodigioso: “O Ministério das Felicidade Suprema”, publicado em 2017.
Ficam as dicas para quem não conhece a obra desta senhora.