UM SEGUNDO PARA MORRER

Não sei se são desse tempo, mas há uns anos quando algum conflito militar se agudizava ou a desconfiança dilacerava as relações entre as potências (na época a URSS e os EUA), o ‘Relógio do Apocalipse’ avançava perigosamente. O momento do juízo final será quando o ponteiro chegar ao derradeiro segundo. Nagasaki e Hiroshima são os exemplos que temos sobre os efeitos da bomba atómica.

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O ‘Relógio do Apocalipse’ não passa de uma recriação do momento político. Talvez pudesse ser um instrumento de propaganda pela paz, no sentido em que imaginar um relógio a avançar para o momento da destruição global é uma imagem forte. A última vez que se ouviu falar deste “mecanismo” foi em 24 de janeiro de 2023, quando o ‘Relógio’ foi movido para 90 segundos (1 minuto e 30 segundos) antes da meia-noite. Entretanto, o ponteiro já deve ter avançado mais um pouco…

Representação gráfica do ‘Relógio do Apocalipse’. A hora zero será a hora do lançamento do ataque nuclear que poderá destruir o mundo. Nunca estivemos tão perto.

Se esse relógio existisse, estaríamos agora a poucos segundos do dia do juizo final. A esperança da humanidade reside num tipo chamado Donald Trump, na apregoada capacidade dele para parar a guerra na Ucrânia. É uma ironia, não é?

Os “guerreiros” pela democracia, sentados nas poltronas de Bruxelas e Estrasburgo, aplaudem a decisão de Biden, alcunhado de “marionete do Pentágono”. Os loucos aplaudem, estão quase a conseguir o sucesso do esquema que vai justificar a guerra nuclear. Nem que seja com o argumento do “ataque preventivo” antecipando um hipotético ataque da Rússia.

Vamos morrer, mas salve-se a democracia, pá. Os palestinianos que se lixem, também já não tinham salvação. Nem os saarauis. Nem os curdos. Nem os uigures. Nem os rohingyas. Povos acossados que nunca beneficiaram do “longo alcance” do Ocidente e dos seus valores. Já os ucranianos têm os mísseis que pediram, ou não estivessem eles ali mesmo à beira da Rússia.

Que Trump nos valha e pare com esta demência. Ao menos que haja um político que sirva para alguma coisa. Já os “nossos” rapazes em Bruxelas não servem para nada e os outros em São Bento vão pelo mesmo caminho. Andámos os últimos meses a ouvir dizer que a escolha entre Trump e Kamala era entre a democracia e a selvajaria, como se estivessemos a viver no melhor dos mundos até então.

1 COMENTÁRIO

  1. Bravo, meu caro Carlos! Uma análise que, envolta em ironia, patenteia uma realidade terrível. Basta, então, carregar no botão vermelho e vai tudo pelos ares. Curiosamente – ou não – o Evangelho da missa de domingo passado (ouvi-o na lindíssima Igreja de Santa Cruz, de Braga) tratou do que se lê em Mateus 24, 4-52, o fim do mundo! «Erguer-se-á povo contra povo e reino contra reino, e haverá fomes, pestes e terramotos em vários sítios» (Mt 24, 7). Perdoa-me esta incursão bíblica, mas a coincidência chamou-me a atenção. E tu fizeste muito bem em… informar!

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