António Guterres parece ter abandonado as precauções diplomáticas e passou a chamar os bois pelos nomes. O secretário-geral da ONU disse que os assassinatos de jornalistas palestinianos na Faixa de Gaza são “inaceitáveis”.
As declarações de António Guterres foram feitas numa mensagem lida na abertura do Seminário Internacional de Meios de Comunicação da ONU sobre a Paz no Médio Oriente 2024, em Genebra.
Guterres falou em “circunstâncias profundamente difíceis” para o exercício do jornalismo em Gaza, e frisou que a violação se estendeu agora ao Líbano.
As críticas do secretário-geral da ONU à política belicista de Israel são amplas e gerais: “a situação na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, continua a deteriorar-se com as operações militares israelitas”.
“Os jornalistas em Gaza estão a ser mortos a um nível nunca visto em qualquer conflito”, disse Guterres. “A proibição em curso que impede a entrada de jornalistas internacionais em Gaza sufoca ainda mais a verdade”, acrescentou.
“Isto é inaceitável”, sublinhou.
“As vozes dos jornalistas devem ser protegidas e a liberdade de imprensa deve ser salvaguardada”, disse ainda Guterres.
O que Guterres propõe para solucionar este conflito explica-se em duas linhas: a libertação imediata e incondicional de todos os reféns, a entrega efetiva de ajuda humanitária e o progresso irreversível para uma solução de dois Estados. Simples e utópico, nas atuais circunstâncias.