ERAM TRINTA TRISTES

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Experimentem dizer “trinta tristes” e irão acertar no número de manifestantes da direitalha nacionalista que se juntou em Lisboa, este fim-de-semana.

Foi uma tristeza de manifestação e só mesmo por isso damos notícia do falhanço. Eram mais polícias que manifestantes, talvez até mesmo mais jornalistas que manifestantes. E o pior foi o desprezo que as organizações anti-fascistas lhes dedicaram: nenhuma contra-manifestação, nenhum protesto, nada. Foi como se não tivesse acontecido, como se as mãezinhas desta direitalha tivessem abortado em devido tempo. Foi pena não o terem feito, os idiotas que pariram escusavam de ter passado por esta vergonha.

O propósito da manifestação era exigir o repatriamento forçado dos imigrantes que em Portugal asseguram serviços fundamentais para a sociedade portuguesa. Os manifestantes cobiçam os postos de trabalho ocupados pela imigração, seja na recolha de lixo, na serventia da construção civil, nas estufas da agricultura intensiva, na pesca do alto ou na distribuição de correio. Não importa se são ofícios mal remunerados, sujeitos a contratos de trabalho a termo fixo, os invejosos querem-nos para eles, até porque sabem que não podem almejar coisa melhor.

 “Remigração é a solução” e “fechem as portas e as fronteiras” foram as palavras mais ouvidas pelos manifestantes que vestiam camisolas brancas, óculos de sol à André Ventura e empunhavam bandeiras com uma cruz, na tentativa de se parecerem com os cruzados do século XI que foram para o Médio Oriente fazer guerra e por lá morreram quase todos.

A iniciativa decorreu sem incidentes, se considerarmos que insultar jornalistas não é um incidente.

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