Depois de Obama, António Costa e, agora, Rishi Sunak. Num mundo desde sempre dominado por políticos de pele branca, surgem sinais que parecem contradizer o racismo institucionalizado nas sociedades ocidentais.
Obama cumpriu dois mandatos presidenciais e sobreviveu. Que se saiba, não foi alvo de qualquer tentativa de assassinato. Talvez porque a cor da pele não foi fator preponderante na sua governação da América. Ainda assim, a reação foi a que se viu, com a eleição do Presidente que se seguiu: branco, loiro, misógino, racista, trauliteiro.
António Costa foi eleito sob a capa partidária. Ninguém votou nele, as pessoas votaram no partido político. No entanto, Costa consagrou-se como político hábil a montar e desmontar geringonças e conquistou o seu próprio espaço político. Na segunda legislatura que cumpre, assiste-se ao crescimento da extrema-direita portuguesa. Veremos quem vota nele quando se candidatar à Presidência da República.
Rishi Sunak será a surpresa que confunde os mais desatentos. De onde veio ele? Como chegou a primeiro-ministro do Reino Unido? A explicação está nas elites. Sunak é riquíssimo, casado com uma senhora igualmente milionária. Frequenta os mais exclusivos clubs londrinos. E se é difícil aos ricos entrar no céu, tudo o resto é muito fácil.
Veremos que alcunha os ingleses vão inventar para Sunak. Tal como em português, não existe palavra inglesa para “samosa” (chamuça). Mas, quer a cor da pele quer o dinheiro na conta bancária, foram temas diferenciadores para a agência Reuters quando noticiou que Rishi Sunak iria ser nomeado primeiro-ministro.

Barak Obama é filho de um imigrante queniano. António Costa vem de uma família goesa. Rishi Sunak é de religião hindu, filho de uma segunda geração de imigrantes indianos nascidos já no Quénia. Se isto significa alguma coisa, que seja boa.
Esqueceu-se de referir outro ex-primeiro ministro de um país europeu de origem indiana: Leo Varadkar.