SEXO, MENTIRAS E CONFISSÕES

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“As pessoas esperam e pedem um pedido de perdão”, diz Pedro Strecht, coordenar da comissão independente que investiga os casos de abusos sexuais na Igreja Católica.

Provavelmente, um pedido de perdão apenas, não será suficiente. As vítimas também hão de querer que se faça justiça. Que os abusadores sejam castigados pelo mal que fizeram.

Já são mais de 400 casos de denúncias de alegados abusos sexuais que a comissão recolheu, algumas dezenas ainda suscetíveis de virem a ser investigados judicialmente e levados a tribunal. Mesmo se a maioria das situações já tenha expirado o prazo legal para um processo judicial, a denúncia e o castigo social que acarreta são sempre um recurso que não se extingue com o tempo.

Pedro Strecht na RTP

A maioria dos casos que surgiram são de vítimas que, hoje, têm entre 45 e 60 anos de idade, mas os indícios apontam para a prática deste tipo de abusos ao longo do tempo, até hoje.

Esta questão está a abalar a Igreja católica portuguesa, o próprio cardeal patriarca está já envolto na suspeição de ter dado cobertura a padres violadores, permitindo que continuassem impunes e, eventualmente, permitindo a continuação da atividade criminosa.

O cardeal-patriarca de Lisboa pediu perdão num comunicado em forma de carta aberta. Duvida-se que a contrição seja suficiente para apaziguar os espíritos. O cardeal patriarca assegura que a Igreja, em Portugal, “está na primeira linha da resposta a esta grave questão”. Foi ao Vaticano de corda ao pescoço, colocar o seu lugar à disposição do papa. Francisco ainda não decidiu o que fazer com Manuel Clemente.

Quatrocentos casos (validados pela comissão de inquérito), são muitos casos. E o trabalho da comissão só termina no final do ano. Depois há de publicar um relatório. Vai ser um best-seller.

O primeiro contacto com a comissão independente pode ser feito através do site Dar Voz ao Silêncio, onde estão disponíveis as diversas vias para a realização das denúncias.

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