Primeiro que tudo, esta sequência de notícias sobre perseguições a jornalistas de ambos os lados da guerra, revela como é importante controlar a informação, seja na Rússia, na Ucrânia ou na Europa das liberdades.
Em Moscovo, Marina Ovsyannikova foi multada em 50.000 rublos, mais ou menos 800 euros. A jornalista foi considerada culpada por escrever falsidades sobre a guerra, nas redes sociais. Marina foi fotografada na sala de audiências e respondeu às questões colocadas por vários jornalistas, após o julgamento.
Condenada, Ovsyannikova considerou as acusações de “absurdas”. Já o juiz que a condenou disse que “as evidências provam a culpa da arguida.”
Marina tentou convencer o tribunal de que as publicações que surgiram nas redes sociais não seriam de sua autoria, apesar de estarem assinadas por si e terem sido publicadas nas suas páginas pessoais. No entanto, afirmou concordar com o que foi escrito. Tanta sinceridade não enterneceu o juiz. O advogado de defesa de Marina alegou que ela tem o direito de falar abertamente, uma vez que o artigo 29 da Constituição da Rússia consagra o direito à liberdade de expressão.
Marina Ovsyannikova ficou mundialmente famosa depois de, em março, ter aparecido num noticiário da televisão pública russa, com um cartaz de protesto contra a guerra na Ucrânia.
Nessa ocasião foi igualmente condenada por violação da lei em vigor e teve de pagar uma multa de 30 mil rublos (um pouco menos de 500 €).
Outro aspeto desta história é o facto de as autoridades russas permitirem a cobertura noticiosa do julgamento. Muitos diriam que isso não seria possível. Este artigo é baseado numa publicação da agência noticiosa Reuters, um trabalho do correspondente local.