O PS acaba de expulsar um verdadeiro antifascista de longa data. Dos poucos que ainda por lá andavam. Dos poucos que sabem o que foi viver na clandestinidade, no exílio ou nas cadeias do regime onde sofreram degredos e torturas. Dos poucos que sabem o que foi preciso para pegar numa arma e atacar a ditadura salazarista. Maximino Serra foi expulso do PS.
E assim o PS assemelha-se cada vez mais ao partido de Basílio Horta e menos a um partido socialista.
A razão que levou à decisão de expulsar um velho militante de quase 90 anos de idade, foi ele ter integrado o último lugar dos suplentes de uma lista de outro partido nas últimas eleições autárquicas. Todos sabemos que o fez por amizade pelo cabeça-de-lista do Nós Cidadãos em Alcobaça, de resto um outro ex-militante do PS.
Por causa de um formalismo, o PS deita fora a memória viva do assalto ao quartel de Beja, da revolta da Sé e de outras ações armadas em que Maximino Serra participou ao lado de Henrique Galvão ou de Humberto Delgado.
Maximino é irmão do falecido Manuel Serra, outro histórico da luta antifascista e igualmente militante do PS. Ambos dedicaram a vida a combater o regime de Salazar, até ao 25 de abril de 1974.