Distraídos com a guerra na Ucrânia e a extrema-direita francesa, não demos pela publicação do relatório “Rios Tóxicos 2022” da Associação Ecologistas en Acción.
Mas o que foi escrito por estes ecologistas espanhóis é preocupante. Nesse relatório, denunciam que todas as bacias hidrográficas da Península Ibérica estão contaminadas. As águas superficiais e subterrâneas contêm substâncias tóxicas como pesticidas, herbicidas e metais pesados, provenientes da agricultura mas também da indústria petroquímica.
GLIFOSATO por todo o lado
Relativamente aos rios internacionais. No Rio Minho deteta-se a presença maioritária do herbicida glifosato, o inseticida HCH e metais como Cádmio e o Níquel. No rio Douro, destaca-se a presença do herbicida glifosato, de chumbo e mercúrio. No rio Tejo esta situação repete-se, com a presença dominante de glifosato, mercúrio e chumbo, mas também de naftaleno. No rio Guadiana, nota-se uma vez mais a presença do glifosato, mas também de outras substâncias, como mercúrio, cádmio e chumbo, do pesticida dicofol, do hidrocarboneto aromático benzo perileno e de ácido perfluorooctanóico.
No Duas Linhas, já tínhamos escrito que a possibilidade de todos nós estarmos “envenenados” por glifosato é bastante alta. Na altura citávamos um estudo elaborado pela Universidade Católica Portuguesa.
Nesse estudo concluía-se que a grande maioria da população portuguesa tinha glifosato no organismo. E dizia-se, então, que o nível de contaminação em Portugal era superior ao que tinha sido encontrado em estudos similares noutros países europeus. E dava-se o exemplo da Irlanda e da Alemanha.