Marcelo Rebelo de Sousa visitou um antigo sem abrigo que viveu durante muito tempo literalmente debaixo de uma ponte na cidade do Porto. O homem chama-se Manuel Fernandes e, hoje, vive numa casa social na freguesia da Campanhã.
O caso de Manuel Fernandes foi resolvido pela visibilidade que Marcelo lhe deu quando o visitou debaixo da ponte. Valeu a pena o esforço, pela selfie e pela solução que se encontrou para o caso deste homem.
Agora, Marcelo aproveitou a ocasião para lamentar que a situação dos sem abrigo tenha piorado bastante, principalmente desde que a pandemia surgiu. O Presidente da República lembrou que tinha a esperança de ver a situação dos sem abrigo resolvida até 2023, objetivo que não será alcançado.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, o caso de Manuel Fernandes é “um bom exemplo” do papel da comunicação social para alertar para casos semelhantes, e importante porque “dá esperança”. Este Presidente é uma pessoa simpática e, quando lhe dá jeito, gosta de passar a mão pelo lombo de quem lhe pode ser útil.
O que nós gostaríamos era que ele viesse até Sintra. O senhor Manuel Ildefonso não vive debaixo de uma ponte, vive debaixo das estrelas. Vive à porta da Câmara Municipal que se recusa a tentar resolver um problema tão fácil quanto urgente, que é entregar uma casa de habitação social ao senhor Manuel Ildefonso. Ah, Marcelo. Que bela história que está aqui!
Lá no Porto, na casa onde vive Manuel Fernandes, Marcelo explicou aos jornalistas que o problema da habitação social “ passa pelo plano nacional, passa pelo papel das câmaras e das freguesias, mas as Câmaras é que têm de ter, conjuntamente com o Estado, políticas de habitação”, disse Marcelo. Será que se fez ouvir em Sintra?
Marcelo Rebelou de Sousa disse, ainda, que sem uma casa é quase impossível alguém conseguir refazer a vida. Marcelo sabe. Basílio quer lá saber.
Sobre o senhor Manuel Ildefonso, as últimas notícias dizem respeito a mais uma expedição punitiva da Polícia Municipal que, por volta das 22h30 o acordou e lhe retirou o colchão de espuma onde dormia, levou-lhe o saco cama onde se recolhia do frio e o chapéu de praia que tanto lhe dava sombra de dia como o protegia da chuva e da humidade da noite e levaram, ainda, os cartazes onde o homem expressa o seu protesto. A Polícia Municipal não tem o direito legal de despojar o senhor Manuel Ildefonso dos seus parcos bens.
Isto, depois de lhe terem já levado dois carros (primeiro um, depois outro que recentemente lhe foi dado), que eram propriedade do senhor Ildefonso e onde ele dormia desde que ficou sem casa. Subtraíram as viaturas com tudo o que lá estava dentro (roupa, utensílios de cozinha, comida, etc.). Uma prepotência.
Um dia destes, pode ser que quem vá visitar o senhor Manuel Ildefonso seja o Presidente da República.