Onde nasceu o Marquês de Pombal, afinal de contas? O município de Sernancelhe diz que foi lá, em 13 de maio de 1669, mas em Lisboa há um velho palácio abandonado que tem uma placa onde se lê que “Nesta casa nasceu aos 13 de Maio de 1699 Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquez de Pombal, a quem a cidade de Lisboa deveu a sua reedificação depois do terramoto de 1755, consagrando por este facto a sua memória. A Vereação de 1923”.
Para resolver o dilema, Sernancelhe (vila portuguesa no distrito de Viseu, com cerca de 1 100 habitantes, sede do município de Sernancelhe) integrou um consórcio que está a financiar investigações e estudos sobre o homem que verdadeiramente mandou no país no reinado de D.José I (1750-1777). O Marquês foi baptizado com o nome Sebastião José Carvalho e Melo e foi um dos mais controversos políticos dessa época. Além do papel que desempenhou na liderança do Governo após o terramoto de 1755 que devastou Lisboa, foi ele quem mandou executar a família dos Távora e a expulsão dos jesuítas de Portugal.
O processo contra os Távora foi uma intriga sangrenta, Francisco Távora e dois filhos foram espancados em público e queimados, em Belém. A mulher de Francisco, Leonor, Marquesa de Távora, foi decapitada.
Enfim, é este homem que muitos admiram e até disputam a naturalidade. Lisboa, Oeiras e, agora, Sernancelhe, querem ligar-se intimamente à memória deixada por Sebastião. A verdade é que o malvado funciona como chamariz turístico. Um dia, ainda vamos ver a recriação das execuções públicas e dos açoites nos padres.
Em Lisboa, o velho palácio bem precisa que olhem por ele. A placa comemorativa, por si só, não sustenta paredes decrépitas, telhados apodrecidos, não repõe vidraças partidas nem azulejos roubados.
Na época e em qualquer parte quem mandasse dar um tiro no Rei, o que é que acontecia?
Quanto aos jesuítas eles já eram donos do Brasil e nem recebiam as ordens do Rei! alguém tinha que fazer alguma coisa se não fosse o marquês seria outro!