46 milhões de euros de prejuízo, não põem em causa a sustentabilidade financeira da Câmara Municipal de Lisboa porque, segundo o vereador João Paulo Saraiva, vice-presidente e responsável pelas finanças da autarquia, a CML constituiu em anos anteriores reservas de contingência e, agora, recorreu a essas reservas.
O vereador afirmou que os resultados líquidos negativos de 46 milhões € não tiveram “nenhum impacto nem do lado do passivo exigível, nem do lado das dívidas a fornecedores, nem do lado do prazo médio de pagamento”.
As dívidas a fornecedores, de 2,8 milhões de euros, foram pagas com um prazo médio de pagamento de quatro dias. Os gastos operacionais tiveram uma ligeira variação de 1% em relação ao ano anterior, de 800 para 805 milhões €. Já os rendimentos operacionais reduziram 177 milhões € em 2020 face a 2019.
Em 2020 entraram menos 31 milhões € no ‘item’ dos impostos, contribuições e taxas nas contas municipais, em comparação com 2019, um impacto explicado pela baixa do turismo e em consequência da falta de cobrança da taxa turística. Também diminuíram os tarifários de saneamento e resíduos em 10 milhões €, devido à redução da cobrança nas faturas da água, num ano em que muitas empresas ficaram em teletrabalho.
Em 2020, a CML distribuiu 49,7 milhões € em apoios para fazer face à pandemia, dos quais a maior fatia, de 18 milhões €, foi destinada às famílias.