Monumento Nacional, a gruta do Poço Velho vai ter visitas guiadas e regulares a partir de junho.
A histórica necrópole do centro da vila, alvo de curiosidade há largas décadas e durante tanto tempo fechada ao público, vai abrir finalmente para visitas regulares a partir do próximo dia 7 de junho. Precisamente o dia em que se assinalam os 657 anos do município.
Todos os anos, por esta altura devido ao Dia Internacional dos Museus, a autarquia de Cascais abria as grutas a visitas, por apenas algumas horas. Estas visitas eram quase um mito urbano: a adesão era de tal forma gigante que a maioria das pessoas acabava por passar horas em filas, ao sol, à espera de uma vaga que sobrava apenas para muito poucos. Quase ninguém conseguia entrar. Toda a gente sabe da existência das grutas — o largo onde se situa a entrada chama-se, aliás, Largo das Grutas. Toda a gente conseguia ver a porta bloqueada, desde há 70 anos.
As grutas ficam na margem direita da Ribeira das Vinhas, a cerca de 500 metros da sua foz, na Praia da Ribeira, em plena vila de Cascais.
Entre 1945 e 1947, o engenheiro Abreu Nunes promoveu novas intervenções neste sítio arqueológico, então sob a gestão da Junta de Turismo de Cascais. Os trabalhos de escavação permitiram recolher um diversificado conjunto de espólio funerário, que incluiu artefactos de pedra polida e lascada, artefactos votivos de calcário, placas de xisto decoradas, elementos de adorno e cerâmica.
Algum do espólio recolhido neste sítio arqueológico encontra-se em exposição no Museu da Vila de Cascais.
A partir de 7 de junho, começam então as aberturas regulares. Nesse dia, data do aniversário de Cascais, são “inauguradas” as grutas, bem como a praça à sua frente: o antigo estacionamento que marcava a sua entrada, deu agora lugar a uma praça para usufruto da população.
Para os primeiros tempos de visitas, dado o interesse massivo esperado, irão abrir pré-inscrições uns dias antes, o que será anunciado nas redes sociais da autarquia. Isso permitirá dividir os visitantes em grupos de 10 — o máximo aceite de cada vez, por questões relacionadas com a preservação da gruta — tentando, todavia, garantir que, desta vez, ninguém fica para trás.
Todas as visitas serão marcadas, grupos de 10, seguindo as normas de segurança e com guia, uma especialista em arqueologia para que nada da rica informação se perca — e nada se estrague. A visita não será de borla… a gestão do equipamento vai ser entregue à Fundação D. Luís I, que tem o seu Bairro dos Museus que gere todos os equipamentos culturais do centro de Cascais; e deverá por isso “seguir a política de preços” por ele determinada, não sendo ainda conhecido o valor por cada visita.