André Ventura tentou meter um velho membro do MDLP na Assembleia da República, como deputado. Para isso, pediu para ser substituído até 24 de janeiro, com o argumento de que precisava de se dedicar em exclusivo à campanha eleitoral.
A pretensão foi chumbada na comissão parlamentar da Transparência e Estatuto dos Deputados. O argumento foi que Ventura “tem direito à dispensa de funções até à data da eleição”, pelo que não precisa de ser substituído.
Mas na verdade ninguém queria ver o substituto de André Ventura sentado no lugar de deputado. Diogo Pacheco Amorim é um reconhecido fascista de longa data, militou no MDLP no período mais negro da História da democracia portuguesa, entre meados de 1975 e abril de 1977, quando o país assistiu a quase 600 atentados e ações violentas da extrema-direita. Operacionais do MDLP, liderado por António de Spínola, fizeram ir pelos ares sedes do PCP, casas, automóveis de quem era conotado com a esquerda, colocaram o país à beira da guerra civil. Deixar que Pacheco se sentasse no Parlamento seria uma afronta. E com isto, Ventura demonstra ao que vem, mais uma vez. Pretensão chumbada. Muito bem chumbada.