Marcelo e a sinceridade

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Marcelo Rebelo de Sousa entregou 12 747 assinaturas no Tribunal Constitucional e assim é, pela segunda vez, candidato à Presidência da República.

Quase 13 mil assinaturas recolhidas pela surra, sem dizer nada a ninguém, como é possível? Como se faz isto sem máquina partidária a apoiar? Quem recolheu as assinaturas? E quando? Marcelo andou meses a dizer-nos que só iria decidir mais perto das eleições e assim fez. O anúncio foi feito em 7 de dezembro. Duas semanas depois entregou 12747 assinaturas. Dá qualquer coisa como 850 assinaturas recolhidas por dia, sendo que a certificação pelas juntas de freguesia não é instantânea…

Só quem nunca observou por dentro outras candidaturas acredita que este trabalho se fez em duas semanas. E se foi feito em duas semanas foi porque teve apoios materiais só existentes nos maiores partidos políticos.

Que o digam outros candidatos que, sem apoios partidários, andam há meses, ou já andaram, a recolher assinaturas online, com apelos nas redes sociais ou em bancas espalhadas pelo país com recurso a trabalho voluntário de muitos carolas.

No Tribunal Constitucional, Marcelo teve a companhia de meia dúzia de pessoas, que disse ser “um núcleo muito pequeno que ajudou a recolher as assinaturas”. Gostariamos que algum dos jornalistas que lá estiveram lhes tivesse perguntado se, realmente, tinham sido eles a realizar essa tarefa e quanto tempo demoraram a fazê-lo. Porque seria interessante perceber quanto do tabu sobre a recandidatura foi conversa da treta.

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