As marcas de automóveis europeias deixaram de ser procuradas na Rússia. Não apenas por causa das sanções, mas porque os compradores deixaram de procurar essas marcas. Talvez com medo que a assistência técnica se torne deficiente por causa do embargo às exportações europeias para a Rússia.
A verdade é que os armazéns das empresas importadoras russas estão cheios de Mercedes-Benz, BMW, Renault, que não se vendem. Analistas do mercado automóvel russo dizem que o mercado foi literalmente invadido por carros fabricados na China, mais baratos e igualmente fiáveis. E sem problemas de embargos e sanções.
Talvez a Europa consiga resolver o problema criado com o corte no comércio de commodities da Rússia, indo buscar gás e petróleo à América, mas um mercado de 150 milhões de consumidores é difícil de substituir.
É o preço a pagar pelo alinhamento com as sanções decretadas contra a Rússia. E quem fala no mercado automóvel, fala em muitos outros produtos produzidos nas fábricas alemãs, francesas e italianas.
A China já assumiu que está a conduzir uma cooperação mutuamente benéfica com a Rússia. As empresas chinesas não parecem impressionadas com os ditames ocidentais e ameaças de retaliação e penalizações económicas contra quem mantenha relações comerciais com a Rússia. E não parece possível que o ocidente consiga ostracizar a China do comércio internacional, depois de décadas em que os chineses se dedicaram a adquirir empresas estratégicas em quase todos os setores da economia mundial, desde a produção e distribuição de energia, até à produção industrial.