Sete dias sem água para beber, sete dias sem tomar banho. Só no sábado passado os reclusos do Estabelecimento Prisional do Linhó puderam tomar banho com água fria.
Só então foi possível limpar as celas, camaratas e espaços comuns, e desinfectar os sanitários, diz a Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR) em comunicado.
A APAR acrescenta que “se algo de positivo saiu desta semana terrível para os reclusos, e seus familiares, foi o facto de, hoje, serem bem conhecidas as condições desumanas em que vivem os reclusos desta prisão”.
Além de água nas torneiras, a cadeia do Linhó precisaria de uma limpeza profunda, nomeadamente uma desratização “no sentido de terminar com a praga de muitas centenas de ratazanas, autêntico flagelo que põe em causa a saúde de todos quantos ocupam aquele espaço, nomeadamente os reclusos que ali vivem vinte e quatro horas por dia, durante anos, mas também guardas prisionais, funcionários e, mesmo, visitas”, denuncia ainda a APAR.
O sistema prisional português está ao nível do chamado “terceiro mundo”, situação “criticada por toda a comunidade internacional” e que nos deveria envergonhar.
