“Centenas de pessoas de várias raças” é assim que começa o artigo da Lusa, e o Grupo de Ação Conjunta contra o Racismo e a Xenofobia lembra que o conceito de ‘raça’ não se aplica aos humanos que são uma só raça, sem qualquer distinção biológica entre pessoas de diferentes étnias.
Em comunicado, dizem que “são incontáveis os estudos genéticos que demonstram que há apenas e só uma espécie entre a humanidade, que nunca se dividiu em raças, como acontece no reino animal, sendo o conceito de ‘raça’ totalmente obsoleto. Seja uma categoria biológica, sociológica ou antropológica, raça não tem qualquer validade e serviu sempre de base para violências várias e opressões.”
No comunicado, o Grupo de Acção Conjunta contra o Racismo e a Xenofobia pergunta se os “jornalistas portugueses desconhecerão que, entre os humanos, a ciência já desmantelou a teoria que há diferentes raças? O objetivo será abrir espaço para que os avanços da genética sejam distorcidos de modo a reabilitar ideias racistas, tão populares neste momento?”
Um erro da Lusa tem sempre um impacto multiplicador, uma vez que é replicado em quase todos os órgãos de comunicação social sem que alterem uma vírgula. É por isso que no comunicado se pode ler que “consideramos absolutamente intolerável vermos a mesma expressão replicada em vários jornais, em que se usa a categoria ‘raça’ para falar de pessoas, como se ela tivesse alguma validade, veracidade ou fundamento”.
A Marxa Kabral foi organizada para homenagear Amílcar Cabral, líder africano prematuramente desaparecido, serviu ainda como manifestação contra o racismo, a xenofobia e o imperialismo, no apoio à luta pela sobrevivência do povo palestiniano.