MORREU DEPOIS DE RECUSADO NO HOSPITAL

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Carlos Tomás morreu 17 dias depois de ter sido recusado no Hospital de S. João de Deus, por não haver vaga.

O referido hospital é o único hospital prisional em Portugal e os problemas de saúde do preso 427 de Alcoentre eram sobejamente conhecidos pelo “sistema”, depois de há 3 anos ter sido sujeito a uma cirurgia ao coração.

Na cadeia de Alcoentre, eram os presos que ajudavam Carlos Tomás nas questões da higiene pessoal e alimentação, face às dificuldades de locomoção que o doente recluso apresentava.

No dia 31 de julho, Carlos Tomás foi encontrado caído na cela. Na queda tinha partido o nariz e, por isso, foi levado pelo INEM às urgências do Hospital de Vila Franca de Xira. Foi quando o médico do EP de Alcoentre terá tentado interná-lo no hospital prisão de Caxias.

Hoje é evidente que a recusa de internamento ditou a morte de Carlos Tomás. E ninguém pode argumentar desconhecimento do que se passava, até porque a Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR) nos informou ter dado conta disto no dia 1 de agosto, por escrito, em mensagem dirigida à Direção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, à Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, assim como às ordens dos enfermeiros, advogados e médicos.

Agora que Carlos Tomás morreu, o problema ficou resolvido até que outro adoeça gravemente. A morte liberta os doentes reclusos do sofrimento, mas não liberta da responsabilidade as entidades e dirigentes do sistema prisional.

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