Quem não é receptivo ao investimento estrangeiro que produza riqueza na sua terra? Penso que ninguém.
Mas daí acharem-se no direito de ter um regime de exclusividade em detrimento de terceiros, parece-me errado. A nossa independência política também se garante com a diversidade da nossa actividade económica.

Nunca tive grandes dúvidas. O imperialismo económico das grandes potências é uma ameaça à vida social e ao estado de direito dos países mais pequenos. A política norte americana tem um rol de interferências em múltiplos Estados, com especial incidência na América do Sul. De golpes de Estado a bloqueios económicos. Cuba e mais recentemente a Venezuela, são um bom exemplo disso. Imaginemo-nos numa situação de extrema dependência dos EUA, sujeitos a sanções ou a um bloqueio económico, porque não alinhávamos com a política externa norte americana? Seria uma catástrofe.
Todos desejamos que o investimento estrangeiro venha criar novos polos de desenvolvimento no país, em vários sectores de actividade, dos serviços à actividade industrial e agrícola. De preferência com tecnologias limpas. E se esse investimento estrangeiro criar bens de capital, que não são mais do que equipamentos de última geração, exportados para países de mão de obra mais barata, para a produção de manufacturas, criando uma interdependência entre eles e nossa criação tecnológica e científica, melhor para nós. É isso que faz a Alemanha.
Dito isto, fico satisfeito pelo facto dos chineses investirem em Portugal, criando aqui um ou mais polos tecnológicos, abrindo uma janela de oportunidade à exportação desses produtos para o chamado mercado único europeu. Caso sejam essas as suas verdadeiras intenções. Aliás, prefiro isso a vê-los comprar empresas de renda fixa, como a EDP ou a REN, que nada acrescentam à riqueza nacional.
Os norte americanos gostem ou não, têm de conviver com isso, e não pensar à boa maneira anglo saxónica, que Portugal é uma colónia sujeita aos interesses do império de sua majestade.
Não, não somos.