Também há eleições na Guiné Equatorial. Acaba de ser anunciado que o povo vai a votos em novembro e que o candidato é o senhor do costume, aqui tratado por “hermano”.

A notícia foi dada nas redes sociais pelo vice-Presidente que é um dos filhos do Presidente Obiang. Hoje, cada vez mais, a política noticia-se nas redes sociais. Evita-se a mediação de algum jornalista mais chato e selecionamos quem queremos que nos aplauda. Funciona muito bem.
O presidente Obiang tem 80 anos, está no poder desde 1979. Na verdade, quem governa é o filho Teodoro (tem o mesmo nome do pai). Teodoro já esperou toda a vida para ser Presidente, vai esperar mais um pouco. O exemplo de Carlos III é uma inspiração, por certo.
O candidato é sempre o mesmo, no parlamento a hegemonia do partido quase único, mas a CPLP e a restante comunidade internacional consideram que a Guiné equatorial está no bom caminho.
Abolição da pena de morte
Prova disso são as felicitações e aplausos pelo anúncio da abolição da pena de morte.
O Presidente da República portuguesa foi um dos que aplaudiu a decisão da Guiné Equatorial, numa nota singela no site da Presidência. A CPLP, pela voz do secretário executivo, também festejou. Todos preferimos um mundo sem pena de morte.
Na verdade, a lei existia, mas já não era aplicada desde 2014. A abolição foi aprovada pelo parlamento, onde 99 dos 100 deputados se sentam em nome do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), o partido presidencial. Entrará em vigor no prazo de 90 dias.