“É loucura odiar todas as rosas só porque uma te espetou.”*

Todas as pessoas têm uma criança dentro de si. Ou como um sonho pode ser a chave para a imortalidade.

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Piloto da força aérea, em tempo de guerra, escreveu um livro encantado que se tornou no segundo livro mais lido de sempre, em todo o Mundo. Falamos de Antoine Saint-Exupéry que, aos 44 anos de idade, era o piloto mais velho do seu esquadrão quando foi abatido ao largo da Córsega, no Mediterrâneo.

Antoine já tinha antes sobrevivido a vários acidentes aéreos. Num deles, depois de uma aterragem forçada no deserto do Sahara, viveu uma experiência extrema que o inspirou a escrever O Principezinho.

Sem mapas nem comunicações, ele e o mecânico andaram perdidos, algures na Líbia, entre as dunas, somente com alguns mantimentos – um cacho de uvas, duas laranjas, um termo de café, uma tablete de chocolate e um pacote de bolachas. Ao fim do segundo dia, já nada sobrava dessa comida. Ao quarto dia, estavam desidratados, sem forças para andar mais. Foi quando uma caravana de berberes passou por eles. Salvos pelos nómadas, quando já estavam às portas da morte.

No livro, o narrador é um aviador que cai no deserto e ao acordar, depois do acidente, dá de caras com um rapaz de cabelos de ouro e um cachecol amarelo, que lhe pede para desenhar uma ovelha.

O conto foi escrito em 1942 nos Estados Unidos. Quando, em abril de 1943, Saint-Exupéry deixou os Estados Unidos para combater as tropas nazis, deu o manuscrito à sua companheira, a jornalista Sylvia Hamilton.

Esse manuscrito está agora, pela primeira vez, exposto em Paris, no Museu de Artes Decorativas. Não se trata apenas de mostrar velhas folhas de papel escritas à mão, também pode admirar os belíssimos desenhos que acompanham a narrativa. Saint-Exupéry afinal não era só um fantástico contador de histórias, também era um notável artista plástico.

Quem for a Paris, quem viver em Paris, tem a rara oportunidade de admirar este tesouro literário, incluindo vários desenhos e aguarelas originais. Algumas nunca antes vistas como o pequeno príncipe com um cachorro, um periquito e um caracol.

O Principezinho foi escrito para ser lido por crianças e entendido por adultos. Saint-Exupéry dedicou-o ao seu melhor amigo.

“Peço às crianças que me perdoem por dedicar este livro a um adulto. Tenho uma boa desculpa: este adulto é o melhor amigo que eu tenho no mundo. Tenho outra desculpa: este adulto pode entender tudo, até livros para crianças. Tenho uma terceira desculpa: ele vive em França, onde tem fome e frio. Precisa de consolo. Se todas essas desculpas não são suficientes, então quero dedicar este livro à criança que este adulto já foi. Todos os adultos já foram crianças (mas poucos se lembram.) Então eu corrijo a minha dedicatória: Para Léon Werth, quando ele era criança.”

*frase de O Principezinho

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