Manuel Pinho, arguido no caso EDP, colocado em prisão domiciliária em casa da sogra, tinha certamente a secreta esperança de ver as medidas cautelares suavizadas se a titularidade do processo mudasse de mãos.
Em dezembro, o juiz Carlos Alexandre decidiu, no âmbito do processo EDP, colocar o ex-ministro Manuel Pinho em prisão domiciliária, após este se negar a pagar uma caução de seis milhões de euros.
Os advogados protestaram. Manuel Pinho nem quer pagar nem continuar a viver em casa da sogra sem poder sair à rua. A vida dá voltas que nunca imaginamos, na verdade…
Com a entrada de seis novos juízes para o TCIC, houve novo sorteio de processos. Mas, a sorte foi madrasta para Pinho: o juiz Carlos Alexandre volta a ter a titularidade do caso EDP.
No âmbito deste processo, o advogado de defesa do ex-ministro Manuel Pinho e da sua mulher Alexandra Pinho, entregou um recurso no Tribunal da Relação de Lisboa, no qual contesta as medidas de coação aplicadas por Carlos Alexandre.
O antigo governante, que manifestou a sua indisponibilidade para pagar a caução de seis milhões de euros, está indiciado por corrupção passiva, participação económica em negócio, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada. Ao não pagar, Manuel Pinho fica em prisão domiciliária com vigilância eletrónica e proibição de contactos com os outros arguidos.
A instrução deste processo já leva anos. Manuel Pinho foi constituído arguido no verão de 2017.