PSP, mais um suicídio

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Élio Quinteiro era agente da PSP e suicidou-se com a arma de serviço. Estava colocado em Viseu. A notícia circula pelas redes sociais, todos lamentam mas ninguém conta o que se passou. Não se percebe o que terá levado um homem ainda jovem a por termo à sua vida.

A verdade é que os suicídios nas forças de segurança deviam fazer soar todos os alarmes que possam existir, tanto nas instituições como no Governo. A taxa de suicídio entre os elementos das forças de segurança portuguesas é das mais elevadas da Europa, segundo um estudo divulgado em 2020. Desde o ano 2000 até 2020, 149 polícias tinham posto termo à vida.

Parece haver um padrão, nestes casos, tanto na PSP como na GNR. A maioria das vítimas são do sexo masculino, com idades entre os 38 e 40 anos, e utilizam a arma de serviço para se matarem.

São conhecidas as múltiplas queixas pela falta de condições de trabalho dos agentes da PSP e dos militares da GNR. Além dos salários baixos (que é um problema comum em todas as áreas laborais em Portugal), há o stress próprio do exercício de uma profissão onde se corre perigo diariamente, há a solidão, a sobrecarga de trabalho, o sentimento de frustração. Enfim, tudo boas razões para se ficar zangado com muita gente, mas nenhuma delas explica de forma cabal o suicídio. Alguma coisa mais pode estar a provocar esta hecatombe nas fileiras das forças de segurança. Convinha que o Governo passasse a ter olhos e ouvidos para perceber o que está a acontecer.

A verdade é que a recorrência destas situações propicia o aproveitamento político. Já haverá, certamente, manifestações de condolência provenientes de partidos políticos e já circula a mensagem do Movimento Zero (próximo da extrema-direita) que diz “ POLÍCIAS: Não podemos permitir que o desrespeito, a desconsideração e desvalorização por parte de quem nos tutela, nos continue a matar! Temos de agir!”. Certamente não estarão a falar apenas de manifestações à porta da residência oficial do primeiro-ministro.

1 COMENTÁRIO

  1. Ñ se tratará eventualmente de HOMENS sonhadores que um dia sonharam entrar para as forças de segurança para cumprir e fazer cumprir a lei , e depois de, em vez de sonho deram-se conta que entraram para o pior Pasadelo das suas vidas ao terem de cumprir ordens violadoras da lei e dos direitos dos cidadãos que juraram defender, só para agradar a comandantes sem escropulos que só vêem os seus interesses próprios. ? ( salvaguardo aqui os HOMENS “grandes e pequenos”‘ que cumprem a conciênsiosamente, com dignidade e respeito pelos cidadãos, que serão a maioria, a sua missão)

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