”Celito”, como os angolanos carinhosamente o baptizaram quando lá foi visitá-los, anda de facto em campanha, a gente é que não se dá conta disso. Marcelo é o rei do disfarce.
Traveste-se de Presidente da República e salvador-mor da pátria contra a Covid-19, promove montes de saídas por dia com as televisões atrás, passa os recados sub-reptícios como é seu apanágio e aguarda tranquilo no remanso do lar, o exército de comentadores residentes a debitarem análises que mais não servem do que preencher tempos de antena baratos para os canais de televisão mas que repetem o seu nome ad infinitum.
Vestindo a capa de Presidente da República, Marcelo prescinde sobranceiramente dos tempos de antena e de outras tradicionais acções de campanha para passar a imagem de que, se não fosse ele, o país já estava todo a morrer de Covid e o Governo não era mais que um verbo-de-encher a quem se manda “recados” para alimentar jornalistas sedentos de intrigas palacianas.
E passa os dias a “mandar bocas” sobre tudo e sobre como resolver a Covid e governar o país, numa campanha presidencial disfarçada de ações presidenciais.
É uma tática manhosa mas sublime disfarçada de acção presidencial, gratuita nos cofres da candidatura.
Daí que o seu orçamento para a candidatura à presidência seja ridículo. Não precisa. O orçamento da presidência cobre.
Na hora de pôr a cruzinha no boletim de voto, o tuga crente e dependente acerta em cheio no nome dele com um portuguesíssimo “já agora, ponho neste…mal por mal…”
Marcelo podia e devia aproveitar os tempos de antena e os outros meios para ensinar democracia, liberdade, antifascismo aos portugueses, sendo ele um emérito e respeitado professor. Mas não. O seu egoísmo, o seu imenso egocentrismo, a sua crença de que está acima do país e dos portugueses levam-no a olhar de cima sem sair do conforto da sua redoma. Promove a sua candidatura à reeleição fazendo de Presidente da República.
Com papas e bolos se enganam os tolos, populo dicit.
