Cento e vinte e dois mortos nas últimas 24 horas, é o sinal de que a pandemia veio para matar. É o valor diário mais elevado desde o início desta crise de saúde pública, em Portugal. Além disso, o boletim epidemiológico assinala 5.604 novos casos de infeção.
Em todo o território nacional, há 3.983 doentes internados – outro número record -, mais 213 que ontem, e 567 em unidades de cuidados intensivos (UCI), mais nove do que no domingo, também um novo máximo.
Portugal atingiu hoje novos máximos de internamentos e óbitos diários e a ministra da Saúde admite avançar com uma requisição civil, perante o aumento de internamentos nos hospitais.
Os hospitais da região Centro e do Norte do país começam a acusar a pressão da subida de casos, na última semana, mas é em Lisboa que a situação continua mais preocupante. E nos próximos dias, quiçá semanas, os números irão continuar a subir. Marta Temido quer o sistema de saúde coordenado, de modo a assegurar que não falta resposta em momento de crise, e não descarta a hipótese de avançar com a requisição civil. Isto numa altura em que os profissionais de saúde começam a acusar cansaço.
Hospitais à beira do colapso
Para o nível máximo de contingência, o Hospital Beatriz Ângelo em Loures tinha previstas 68 camas dedicadas à covid-19. Esta segunda-feira, estavam internadas 145. E nos cuidados intensivos havia apenas duas vagas. Nove doentes já foram transferidos, quatro para o Hospital São João, no Porto, e cinco para o Hospital das Forças Armadas.
No Centro Hospitalar de Lisboa Central que engloba os hospitais de São José, Curry Cabral e D. Estefânia, há oito enfermarias quase totalmente dedicadas à covid-19.
No Amadora-Sintra, este fim de semana o hospital chegou a pedir o desvio de doentes não urgentes. O pedido foi recusado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes, uma vez que todos os outros hospitais da região também estavam na mesma situação. Esta segunda-feira, havia seis vagas em enfermaria e três em cuidados intensivos.