É uma campanha publicitária estranha, por vários motivos. Primeiro, porque falta-lhe enquadramento para percebermos imediatamente do que se trata. Depois, porque a mensagem é “esquisita”, carece de leituras repetidas para percebermos onde querem chegar quando nos dizem “adote uma criança americana”.
Mas depois, aqueles que se sentirem suficientemente intrigados e tenham alguma curiosidade sobre o que se passa no mundo, acabam por descobrir que se trata de uma campanha internacional para ajudar as crianças sobreviventes da violência armada nos EUA.
Todos já lemos e vimos notícias sobre tiroteios em escolas ou noutros lugares públicos, em cidades norte-americanas, sempre com grande número de vítimas entre mortos e feridos.
A organização Change The Ref procura sensibilizar a opinião pública mundial para este problema, embora seja uma questão quase exclusiva da sociedade estadounidense, onde o acesso a armas é livre.
Nesta campanha, a Change The Ref considera que as crianças norte-americanas estariam mais seguras se não vivessem nos EUA. Daí o apelo para que adoptemos essas crianças, para que elas possam viver longe dessa violência. Os números dessa campanha dizem que nos últimos anos, as armas de fogo tornaram-se a principal causa de morte entre americanos de 1 a 19 anos, superando os acidentes de trânsito. Em 2022, 48.204 pessoas morreram como resultado de armas de fogo, incluindo suicídios.
No YouTube, um vídeo publicado por esta organização mostra-nos uma série de fotografias de crianças com uma mensagem que, em síntese, apela a “salvem as crianças americanas dos EUA — considerem adotar uma criança americana”.
As mesmas fotografias e as mesmas explicações estão no Metropolitano de Lisboa. Mas a grande maioria das pessoas passa e não presta atenção.
